Todos esses contos, poemas, crônicas e poesias que escrevo acabam por se tornarem minhas memórias, um registro de muitos dos meus inúmeros pensamentos. Quase se tornando uma alegoria.
Com tudo aquilo que escrevi sempre me pego fascinado com tantos daqueles vários versos, confesso que já me espantei em tanto que eu criei, eram tão espetaculares todos aqueles universos. A cada frase que por mim era escrita, uma antiga nostalgia se tornaria liberta.
Mas assim como as ideias se tornariam minhas memórias, cada canto da minha mente também se tornou algo alucinante.
Sei de toda chuva e toda tempestade, de cada gota de água caída das nuvens e cada trovão que com força golpeava o chão, tudo isso um dia já me serviu de uma grande inspiração.
Entreranto, nada disso pode ser descrito apenas como um momento ou somente um monte de conhecimento. A poesia que me é tão memorável é também meu sentimento, minhas emoções de tanta coisa inevitável.
Com o tempo descobri que escrever me acalma, que esses trechos de contos, poemas e crônicas agora são partes da minha alma.
Toda vez que eu me pegava lendo esses versos tímidos, me vinha à cabeça as memórias como sonhos lúcidos, de quando meus sentimentos podiam ser vividos.
Cada palavra posta em um papel era como uma galáxia a ser criada, inúmeros anéis cósmicos de estrelas de brilho impossível.
Lembro-me de cada papel que foi amassado, de cada poema que teve seu destino em vão descartado.
Lembro-me da tinta que correu pela caneta, de cada papel que foi tirado gaveta.
Lembro-me de todas as vezes em estive a beira de um surto, e de todas as vezes em que escrever me trouxe um sentimento absoluto.
Lembro-me de cada lugar em que já escrevi, de cada lugar que já estive. Desde os altos da laje de um telhado, desde um pacífico e esverdeado gramado.
Lembro-me que já estive escrevendo enquanto queria estar gritando, me segurando para não estar correndo.
Lembro-me de cada lágrima transformada em poema, de cada um dos sentimentos que acabaram por virarem drama.