-Nesse frio mundo, não há vontade, essa é a luz que eu procuro... não, não vocês não sabem de nada! Essa é a verdade que vocês tanto procuravam... Então era isso que você queria me dizer? Eu acredito na salvação, mas porque eu devo perder no fim.
O passado conta uma história triste e deprimente, do sofrimento de inúmeras perdas, mas o que é sempre contado são as grandes conquistas, mesmo que elas sejam uma mentira.
No interior dos sentimentos alheios, encontramos algo, uma vontade que luta para se libertar e de descobrir seu propósito. No entanto o coração tem um espirito que clama pela dor, para além da mente.
A vida do antigo príncipe vinha da cidadela, muito antes daquela guerra. Ele vinha de um lugar de conhecimento e de doutrinas arcanas, do antigo regimento e desde cedo era fascinado pelo arcanismo. Junto a outros, ele era muito pretencioso para almejar desejos grandes, sempre se contentava com o que era preciso, entretanto passava seus dias na enseada da costa nas margens da Cidadela, sonhando sobre o dia que voltaria para casa. Contudo ele retornou como um vitorioso amargurado.
Ele veio como um salvador para o reino, porem aquele momento de apaziguação para alguns laços não foram reafirmados. Uma parte do Sul de seu reino, relutou em sua posse. Para aquelas regiões, o novo lorde era um rei sem nome, sem título, não o mereceu por honra ou prestigio, mas pela roubou na conveniência dos outros. A reluta disso se deu nos próprios territórios, pois o sul sempre foi conhecido por ser aptas nas convenções místicas do universo que se expandiam de formas imagináveis, no curso dos paradigmas dos mesmos, e do próprio destino em que eles habitavam.
O primeiro embate das suas campanhas pacificadoras ao sul, foi a vinda do próprio rei a umas das cidades mais consagradas de toda Lordhia e com seus honrados soldados, cujo o nome foi esquecido por eles, mas ainda assim se denominavam como a Legião de Kuras. Ele veio para aquela cidade capital da região, não muito tempo de sua coroação.
Como um raio de sol, ele prosseguiu nas ruas em uma alegoria para enaltecer os cidadãos da cidade, nas ruas era acompanhado de uma comitiva, de alguns sacerdotes e de mensageiros, mas em visão dos Nir`rilianos, um intruso benevolente adentrou em sua casa banhado por pétalas de rosas, como uma chuva de inquietações. não como um símbolo de inspiração, mas de ousadia.
¬¬- sempre fui seu maior e mais legal servo, mas eu estava cego pela sua grandeza. Eu matei pessoas em seu nome, eu roubei em seu nome, eu, eu o abandonei em seu nome... Não sei o que me tornei... o medo era prazeroso. Ahhhh mais e mais sangue eu almejo ahahahahah.
A figura misteriosa, que tanto vem no imaginário dos sacerdotes de Nir, iria desafiar as correntes da tradição em sua estadia, para uma eminente emancipação das inquietações que vinham da prenuncia do novo rei. Com isso os olhares tensos e as das palavras sussurradas das pessoas, revelavam uma intensa premonição, todos estava apreensivo nos salões sagrados, todos estavam com pavor do que iria vir pela frente. O peso pairava como uma nevoa nos ombros do jovem rei que parecia já cansado com tudo aquilo, e que isso se enraizaria sufocando seu espirito resplandecente que já estava frágil.
Naquele tempo, o que todos sentiam era uma premonição de uma nova guerra, e em tempos de paz o jovem rei devia assegurar a todos que não iria acontecer outra calamidade. A marca deixada por seus irmãos ainda pairava muito sobre aquela população.
Nir o coração da fé de Lordhia, um anseio da virtude nos murmúrios dos antigos, a paixão pelos deuses fez surgir ali a grande cidade capital. Em grande admiração pelos antigos deuses eles inspiravam uma doutrina fogosa de humildade e de arrogância cega em suas virtudes, mas colocavam uma união de seus fieis inigualável, quase palpável de uma rica cultura santista, mas não era o caso. A terra de fé era sagrada para os peregrinos e para aqueles que a vivem, porem era uma cultura forte, havia muito conflito de pregações e tinha suas boas vontades, era um perigo escolher um lado.
Todos juravam que o rei iria os proteger, mas de quem... deles mesmos... não sejam tolos, ele impregna essas ruas, ele não é filho de um deus.
Aquela regia e farta por campinas sem fim, do prado cintilante e do frescor do mar da costa sul. O jovem rei se confortava mais em vagar no relento da costa, nas manhas, pois sabia que carregava um fardo grandioso demais nas costas. Contudo, ele estava com grandes receios por parte da corte e de seus magistrados. Embora a discordância surgiam em alguns lugares, o temor era da falta de uma companheira, para aquele suserano, ainda mais por ser jovem. Então no grande Quadronamo, que refletia a fé da população da cidade, iria ser o palco para essa eloquência, com isso os salões principais serviram para reunir e recebe-los na presença dele próprio. As propostas foram jogadas ao relento, a trama era branda, a teia pratica dos sussurros ecoava nos salões, os vassalos das grandes regiões do sul, vieram ao seu chamado oportuno, vinham em prontidão com suas famílias, mesmo sabendo dos riscos, suas atenções se presenciavam a beira da opressão naquele instante. Ele averiguou as vontades deles, pois mesmo que não desejava um conflito maior naquele momento, sua clemência aos seus súditos, era a formalidade que devia ser oculta.
A calamidade era incessante nos Salões da Alvorada, revoltados estavam os lordes, colocando plágios em suas exclamações, descriminações em seus desejos, causavam uma insatisfação profunda para todos, aquilo era a vontade dos lordes.
O povo Nir`riliano, sentia uma crescente mudança nos dias que se seguiram, uma coisa que talvez os levasse para uma arrogância muito maior do que a reverencia de seus incontáveis deuses ou para uma tempestade repentina que vinha daqueles salões. Entretanto aquele povo clamava por um milagre talvez.
Assim sendo, meses se passaram, muitos se foram outros se absterão de se colocar perante o rei, mas todos os consensos estavam se rompendo na fé e devoção dos seus habitantes e nos centrais centros da cidade. O som de palmas e de gritos de pessoas se manifestando contra a legião, contra o rei, vinham acompanhando de agitações misturados com medo e coragem, a fé, pouco a pouco estava virando ódio.
Certamente o Quadronamo, construído para ser um centro de fé, caracterizava uma sensação de inspiração. Com uma entrada imponente, arcos ogivais e detalhes moderados em suas paredes, que logo que seus adoradores e serviçais adentravam, um alvoroço de massas se colocava a dentro dela. E nela se remetia um elemento de uma basílica com matérias de metal ou de vidro, permitindo uma entrada para a luz resplandecer nos salões. Fazendo a contemplação do esplendor que aquecia os corações de todos, pois ali frequentemente era realizado práticas e rituais que expressavam a devoção de seus fiéis, mas é proibido a vigência dos pecadores e eles sabiam que eles eram, aqueles que já tiraram uma vida, ou viviam de grandes luxos mesmo em redenção não poderia manchar aqueles salões, mas com a vinda do rei essa tradição foi quebrada manchando a santidade dos fiéis, com sangue.
Igualmente os sacerdotes e ministros da corte de Nir, espirituosos e principalmente os curandeiros se sentiram contrários ao desapontamento da nobreza, a virtude daquela sociedade, como arautos, mensageiros, estes considerados representantes santistas, se vinham corrompidos de vez por aquela blasfêmia. Suas forças questionavam suas autoridades em massa, os impregnava com assoberbas mundanas. As vontades sagradas foram fragmentadas, partidos surgiram ao redor de beirais e casas de ofícios e no pior dos casos, nas abadias, mas uma massa cresceu forte nesse meio tempo, fragmentando e se juntando na nova crença, a Legenda Dourada.
Em uma forma de acumular o rancor e a razão de seus deuses eles vinham com um sentimento avassalador, ganhando seguidores e apoiadores de todo o Sul, Rumi, Seth, London e a própria região de Nir.
Na vastidão de uma saída para seus tormentos, o pobre jovem carecido de seu fardo procurava uma vontade para seguir vivo.
-eu estou mentindo para mim mesmo. Não pertenço a esse lugar, EU NÃO ESCOLHI ESTAR AQUI! Mas se suas palavras me guiaram, quem seria eu para descordar... ela me protegeu e sempre me protegerá. Mas ela, mas ela, MAS ELA NÃO ESTÁ MAIS AQUI!
A estadia dele durou dois anos lunares, mas ele encontrou alguém. Foi inesperadamente, uma doce e inocente curandeira sacerdotisa dos doze. Eles se encontraram pela primeira vez na costa, quando ele vinha contemplando a paisagens das pradarias, em uma campina que se desenrolava perto da costa. A grama verdejante adulava naquelas planícies, o vento fazia uma brisa fria naquelas manhas, e o som calmo acariciava aqueles sentimentos. E quando ele estava se aproximando do mar. Ele sentia o som das ondas quebrando na praia, ele viu naquela areia uma mulher de mantos carecidos, cabelos ao vento, cantando uma música em versos e assim surgia uma melodia generosa ao fundo, seus olhos se encontravam sem saber quem eram, a partir dali eles se encontravam uma vez ou outra naquele mesmo lugar.
A jovem garota não era nobre, não pertencia a nenhuma casa importante ao menos, era apenas um trabalho que foi incumbido a ela desde que ela era uma pequena criança. Seus mestres a ensinaram na arte da medicina, mas apenas o necessário para ela dar o auxílio a eles em tratamentos indignos de serem mencionados. Vivia do pouco, não gostava de festas ou prazeres lacivos, ela era inocente de certa forma, mas compreendia aquele mundo. A sociedade era corrupta, era comandada pelos mais ricos e poderosos, e a ordem estava na posse do interesse mútuo de pequenas ou grandes massas. Quem ela era naquele mundo, nem ela sabia mais de onde vinha, quem eram seus pais, no entanto a vontade de viver da garota a fazia prosseguir até aqueles encontros aonde ela pensava ter encontrado um proposito.
Tempos mais tarde sem qualquer imprudência, o acaso sorriu para eles da mesma forma. Entretanto o coração de um deles se abalou intensamente, que dera fosse o dela contudo o jovem rei se apaixonou pela simplicidade daquela garota. Foi insensato da responsabilidade dele perante os olhos do reino que ansiava pela paz, apensar disso as medidas que seus súditos conspiravam contra ele o fez omitir para uma obrigação necessária, até aquele momento os suseranos de cada região do sul estavam impacientes pela indecisão.
Ele não demonstrava interesse algum pela posição que ocupava e como o ultimo filho em sua posição hierárquica a responsabilidade que não o almejava se tornou mais do que um fardo. Ele sabia que não tinha qualquer inclinação ou força para aquele cargo, que foi imposto a ele, veiasse em um espelho nominal de insegurança e deparou-se com sua falsa realeza que vinha da virtude daqueles tempos. Presunção, alianças, pactos e sem dúvidas conspirações tornavam aquela vida um sofrimento palpável para que o reino de Lordhia não caísse, essa era a dor de ser um rei, pois ele não tem desejos, é apenas um sacrifício que devem sempre fazer.
Nesse momento vemos um descendente direto das antigas linguagens reais, dos reis de outrora, chamado de deuses por outros, se desvaindo pouco a pouco.
-eles me chamam de louco, mas quem está diante de vocês agora... COVARDES. Eu sou a destruição, eu sou, eu sou, eu sooouuuu... nada sem ela.
Foi então que ele rompeu seus pactos e aliancas com os nobres, mas embora que os lordes não tenham apreciado essa atitude eles reconhecem a importância do bem maior, ela ao menos era filha do sul, e o rei não iria dispensa-la por nada. Suas discordâncias transcendiam os conceitos pessoais que almejavam, até porque ele já tinha tomado sua decisão. Tamanho foi sua paixão pela beleza da jovem que o rei ofereceu a própria mão em casamento, no entanto o fascismo diante dela, o ofuscou para além de seu propósito.
-minha querida, eu anseio pela sua companhia. Seu calor, o seu toque, me fazem feliz, eu sei que você sente algo por mim. Deixe esse sentimento aflorar.
A jovem garota, uma sacerdotisa curandeira do Quadronamo, o atendeu quando ele se veio fragilizado após um ataque desprevenido, no centro. Ela se tornou algo tão preciosa, mesmo quando ele não a reconheceu da costa, mas isso o fez acreditar em algo tangível, não porque precisava dela. Seu ferimento poderia comprometer a paz no reino, nesse ponto ele estava alucinando demais para compreender isso.
A sucessão dos acontecimentos foi tênue, relatos e mais relatos apenas contam histórias diferente, mas sempre voltado para um acontecimento em comum aonde ele foi ferido quando passeava no centro de Monte Fast-óh, para comprar um certo presente.
Um espião foi mandado, para acabar com a vida dele, mas sua guarda o protegeu de algo muito maior. No entanto ele foi atingindo por uma flecha em seu peito. Um espião assassino foi morto mais o outro conseguiu fugir, os sacerdotes das Legendas foram os principais suspeitos. Havia muitos motivos para alegar seus envolvidos. Todavia algo nas sombras estava jogando um jogo perigoso que envolveria tudo que foi construído. _Algo que sempre sabia de tudo, apenas seu principal concorrente eram os capítulos, que sempre surravam nos ouvidos dos nobres, já essas sombras agiam na calada apenas movimentando peças.
Chamado Véu, eles eram articulosos, sanguinários e cruéis. Eles não sabiam no que suas ações iriam causar, mas sua trama estava longe de acabar, seus interesses eram outros, contudo o rei ainda estava vivo para o deleite deles.
Desde esse dia, ele foi escoltado para seus aposentos e os salões foram fechados, os lordes voltaram para suas terras, estavam todos apreensíveis do que viria pela frente.